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Aparício Fernandes por JB Xavier

Um dos maiores trabalhadores pela Trova

Aparecido nasceu em Acari, no Rio Grande do Norte, mas viveu desde sua infância na cidade salineira de Macau. Espírito aventureiro, aos 17 anos, em 1952, foi tentar a vida no Rio de Janeiro. E da lembrança dessa sua dolorosa partida, ele deixou essa Trova:

Parti do norte chorando,

que triste, meu Deus!

- Eu vi o mar soluçando

e os coqueirais dando adeus!

Meu pobre pai, alquebrado,

- gigante de minha aurora –

queria Deus dar-te em dobro,

tudo o que me deste outrora

Quando algo me desconsola,

lembro meu pai dizer;

- Meu filho, o mundo é uma escola

onde se aprende a viver.

Aos 24 anos, nos anos 60, aderiu ao movimento trovadoresco, tornando-se ao lado de Luiz Otávio, um dos maiores divulgadores da Trova, através de rádio e da televisão. Sua habilidade em fazer trovas era proverbial e a seu pai ele dedicou estas Trovas.

À sua mãe, estas:

Doce mãe, flor peregrina,

alma límpida e sem jaça!

Bendigo a graça divina

que me deu tamanha graça.

Quando rezo, isto acontece:

Minha mãe que eu já não vejo,

vem, no milagre da prece

trazer-me a unção de um beijo!

       

À sua querida Macau dedicou vários sonetos e poemas e Trovas. Numa de suas voltas a Macau, foi homenageado pelo poeta José Amaral com esta Trova: numa clara alusão à trova que marcou sua partida.

Voltaste ao Norte sorrindo,

nós te abraçamos cantando:

- O coqueiral te aplaudindo

e o verde mar te beijando...

No rádio, Aparício sugeriu ao locutor Luiz de Carvalho, em meados de 1959 a leitura de uma Trova por dia, o que foi aceito e, no primeiro dia, ele escolheu esta Trova de Aparício para inicias as apresentações:

Conheço um tipo de fome

que não se farta de pão;

- fome de amor, eis o nome

da fome do coração...

Neste programa, além de suas trovas, que eram lidas diariamente, lia também Trovas de Luiz Otávio, Augusta Campos, Belmiro Braga, etc. Além do rádio, Aparício começou, a exemplo de Luiz Otávio, fazer diversas coletâneas, onde fazia constar breves biografias dos autores. Em uma delas “Trovas do meu coração”, deixou esta Trova;

Ao mundo que não se cansa

de me dar desilusão,

deixou apenas como herança

Trovas do meu coração!

O número de trovadores era muito grande em suas coletâneas e com isso Aparício ajudou muito na popularização da Trova. Aparício era fumante inveterado (ser único vício como costumava dizer) foi vítima desse vício, primeiro de um câncer que atingiu-lhe a garganta e depois de um infarto que o levaria a morte em 8 de janeiro de 1996.

Pérolas de Aparício Fernandes

 

Diz o minhoco à minhoca

numa ardente confissão:

- Teu corpinho, belezoca

mais parece um macarrão!

 

Dia a dia vai se impondo

esse conceito batata:

- A terra é um mundo redondo

repleto de gente chata.

A justiça humana é falha!

E reconheço isto a custo...

Se é rico, livra o canalha!

Se é pobre, condena o justo...

Barrigudinho- brincava,

dando-me bola, a vizinha.

E tanto me provocava

que ficou barrigudinha!

Deserto o mundo seria,

sem vida, luz e calor,

se nos faltasse algum dia

a grande força do amor!

Se a mocidade se afasta,

não julgue a vida tristonha.

- A ação do tempo não gasta

o coração de quem sonha!

Pesquisa: Domitilla Borges Beltrame

Domitilla B. Beltrame é Presidente Estadual da UBT São Paulo

Janeiro na história

Durante a primeira viagem de reconhecimento das terras descobertas dois anos antes por Pedro Álvares Cabral, uma expedição portuguesa, comandada por Gaspar de Lemos, chega à costa da América do Sul e avista a entrada da Baía de Guanabara. O local foi confundido com a foz de um imenso rio. O equívoco, somado ao mês da descoberta, deu à região o nome de Rio de Janeiro, em 1°/01/1502

Em Mistra, no Peloponesco, é coroado o último rei dos bizantinos, Constantino XI (1404-1453). Durante sua gestão, a cidade de Constantinopla seria tomada pelas tropas turco-otomanas, em 1453, e se tronaria a capital do Império Otomano. O imperador provavelmente morreu lutando na tentativa fracassada de resistir à invasão, em 6°/01/1449

O líder da Confederação do Equador, Joaquim Divino Rabelo Caneca, o Frei Caneca (177-1825), deveria ser enforcado, mas nenhum carrasco aceitou a tarefa. A solução foi entrega-lo a um pelotão de fuzilamento, em 13/01/1825

Primeiro imperador romano, Caio Otávio recebe do Senado o título de “Augusto”, termo que significa ser filho ou ter sido escolhido pelos deuses. Esse fato marca o fim da República de Roma e inagura o culto ao imperador local, em 16/01/27 a.C.

Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido pelo apelido de Lênin. Morre aos 53 anos nas proximidades da capital Russa. A causa oficial foi arteriosclerose cerebral. Líder da Revolução Russa de 1917, ele criou uma corrente de pensamento, chamada de marxismo-leninismo, que influenciou partidos comunistas do mundo todo. Sua saúde sempre foi frágil e, nos dois últimos dias de vida, Lênin sofreu vários derrames que acabaram por tirar sua capacidade de falar e escrever. Seu corpo foi embalsamado e exposto à visitação pública em um mausoléu na praça Vermelha, em Moscou. 21/01/1924

​© 2015 por Selma Patti Spinelli.

UBT Seção São Paulo - SP

 

 

Expediente do Informativo: Selma Patti Spinelli,

 

Edição do Site: Selma Patti Spinelli, Tel (11) 5561-2730

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