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Durval Mendonça por Izo Goldman

Um dos melhores trovadores que o Brasil já conheceu

Nasceu em 28/11/1906. Filho de Aníbal Campos de Mendonça e Altina Mendonça, foi contador e Funcionário Público em alto escalão do Ministério da Fazenda, por onde se aposentou. Primo da trovadora Nydia Iaggi Martins, era bom poeta excelente sonetista, quando começou a sofrer de “cegueira degenerativa”, perdendo pouco a pouco a visão. Buscou tratamento no Brasil e nos Estados Unidos sem resultado, e acabou ficando totalmente cego, chegando inclusive, conforme confessou a alguns amigos, a pensar em suicídio.

Colbert Rangel Coelho o levou á uma reunião da UBT- Seção Rio de Janeiro, onde conheceu o movimento trovadoresco, e se apaixonou pela Trova.

Foi um trovador muito premiado. Incursionou também pelo humorismo sendo autor de vários clássicos. Tornou-se “Magnifico Trovador” em Nova Friburgo onde conseguiu um primeiro lugar com a Trova considerada uma das mais bonitas Trovas Brasileiras, e que, segundo comentários foi feita com endereço certo, isto é, para uma determinada Trovadora, dizendo:

Ao beijar a tua mão

que o destino não me deu,

tenho a estranha sensação

de estar roubando o que é meu...

 

Um dos seus clássicos do humor

Quando a mulher do vizinho

cruza comigo a rua,

diz o diabo baixinho:

-“Está é melhor do que a tua...”

 

Lindos achados e imagens...

Nenhum barco... O mar parado.

Noite... Silêncio... Abandono...

E o velho farol, cansado,

parece piscar de sono...

  

Vejo os espaços profundos

contraditando os ateus.

Há, no mistério dos mundos,

toda a evidência de um Deus...

 

Minhas trovas são lampejos

em minha alma entristecida;

risonhos ou tristes beijos

que dou na face da vida.

 

A vida é roda de fogo,

gira em franco desatino...

Cartas sem naipe de um jogo

em que parceiro é o Destino.

 

Em nossa casa singela

do meu tempo de criança,

minha mãe vinha à janela

esperar sua esperança.

 

Em desforra merecida,

porque me dá muitas sovas,

atiro pedras na vida

e minhas pedras são trovas.

 

Minha mãe sempre dizia

num sorriso todo seu,

que dois deuses possuía,

e dos dois, um era eu!

 

Quando parvo não se cansa

de inventar as próprias glórias

e procurar um Sancho Pança

para aplaudir-lhe as vitórias.

 

Se o mar, em fúria bravia,

se arremessa contra a praia,

o vento corre e assovia,

cobrindo o bruto de vaia.

 

 

Em quase todas suas Trovas existe um “achado”, mas nenhum é tão perfeito quanto o desta Trova, vencedora de um concurso em Minas Gerais, sobre o tema “Liberdade”:

 

Afirma o Amigo da Onça,

que além de primos e afins,

são sócios Durval Mendonça

e Nydia Iaggi Martins!

São Benditos os varões

que aos quatro ventos proclamem:

Quebramos nossos grilhões,

Libertas Quae Sera Tamem!

 

A Trova em destaque foi uma brincadeira feita pelo trovador e proprietário da Rádio Nova Friburgo, Aluísio de Moura, pelo fato de DM, volta e meia orientar Nydia sobre trovas. (fonte: Rodolpho Abbud)

Durval ajudou muitos trovadores, ensinando-lhes o que sabia e corrigindo suas Trovas. Aliás, tinha uma maneira muito peculiar de corrigiras Trovas: Quando algum trovador lhe dizia: - “Fiz uma Trova”, ele dizia: -  “Fala.”, enquanto ouvia a Trova levantada a cabeça como se estivesse olhando para longe.

Após ouvir a Trova tinha duas reações, ou dizia: - “Você é melhor do que isso”, o que significava que a Trova era fraca mas podia ser melhorada; ou então dizia: - “Eu não assinaria isso”, o que significava que a Trova era realmente muito fraca.

Por sua amizade com o Trocador Izo Goldman mantinha um laço afetivo muito grande com a UBT- Seção São Paulo e compareceu a diversas entregas de prêmio desta Seção.

Tem três livros de Trovas publicados: “Trovas que Dou À Vida”, com dois prefácios muito importantes, um Manoel Bandeira e o outro de J.G. de Araujo Jorge. Este último destaca com ótimas trinta e cinco (35) das duzentas (200) Trovas do livro. “Apenas Trovas”, e “Cantando Trovas”.

Foi, sem sombra de dúvida, um dos maiores Trovadores do Brasil.

 

Izo Goldman é Magnífico trovador em Líricas e Filosóficas, fundador e ex-Presidente da Seção São Paulo e fundador deste informativo.

  

Fevereiro na História

 

 1848- Enquanto revoluções estouravam na França, Holanda, Suiça, Espanha e nos estados italianos, uma tipografia de fundo de quintal publica 3 mil exemplares do Manifesto do Partido Comunista. Impresso em alemão sem a indicação dos autores, Karl Marx e Friederich Engels. Trançando a história da humanidade como a história da luta de classes, o livro estabeleceu a visão de mundo que influenciou quase todas as lutas revolucionárias do século seguinte. Dia 24, em Londres.

 

457- Leo I toma o poder no Império Romano do Oriente, o Império Bizantino. Apesar de Roma, a capital do Ocidente, ter sido invadida por Bárbaros um ano antes, Leo conseguiu vencer godos, vândalos e ainda aumentar sua influência sobre Roma, nomeando Anthemius como imperador em 4677. Dia 7, em Constantinopla, atual Istambul.

 

1258- Depois de sete séculos abrigando a aurora do islamismo, a cidade de Bagdá é invadida pelos mongóis, que incendiaram hospitais, mesquitas e matam maus de 10 mil moradores. Com o caminho da invasão aberto, o domínio da cidade árabe passa a ser disputado entre exércitos turcos e persas. Dia 10, no Atual Iraque.

 

11862 -  O comerciante de vinhos Don Facundo Bacardi Masso funda a mais famosa fábrica de rum da atualidade. Para aumentar a quantidade de bebida, considerava então um brinque de piratas e de tavernas miseráveis, ele passou a filtrá-la através do carvão vegetal e envelhecê-la em barris de carvalho. Dia 4 de fevereiro, em Santiago, Cuba.

 

1987 – às 15h20 de uma terça-feira, dois trens chocam-se frontalmente na estação ferroviária de Itaquera, na zona leste de São Paulo. Uma falha na operação do sistema de transposição causou a tragédia, que deixou 53 pessoas mortas e 120 feridas. Foi a maior entre os vários acidentes de trens suburbanos da década de 80.

​© 2015 por Selma Patti Spinelli.

UBT Seção São Paulo - SP

 

 

Expediente do Informativo: Selma Patti Spinelli,

 

Edição do Site: Selma Patti Spinelli, Tel (11) 5561-2730

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